(…) Antes da meia-noite, o espectáculo prosseguia. Novamente,
um ritmo tocado de modo diferente, para agradar aos lobos, a cena repetiu-se,
auuu, auuu, auuu perto de si, auuu, auuu, auuu, auuu, auuu, auuu afastado do
palco.
A pianista percebeu que o recinto para homens era muito longo
e estava apinhado de gente, sentia os seus amigos na sua frente deslumbrados,
faltava pouco para o fim e a forma de despedida para lobos achava-se, ali, no
fim do concerto e, mesmo contra a sua vontade, começou o princípio do fim: auuu,
auuu, auuu no palco, auuu, auuu, auuu, auuu, auuu, auuu num lugar que os lobos
escolheram, só a pianista entendeu, mas, o concerto tinha terminado.
Odete levanta-se rapidamente, mima e é mimada pelo primeiro
lobo a chegar ao palco, há duas horas, nhee, nheeeee, iam sussurrando. De repente
as quatro luzes públicas acendem-se. Aaauuuuuuu, todos os lobos – incluindo o do
palco — se juntam no muro vigiando uma carro; só agora os flashes podiam ser
usados, foi respeitado o pedido, agora todos os flashes são necessários para
fotografar ou filmar este propósito. O senhor Lobito e Arlindo orientaram
vários polícias para a deformada carrinha, colocada aqui pelos lobos; três lobos
correram e se despediram da pianista, voltando para junto do outros, na
floresta; a missão dos lobos estava cumprida. (…)
Pag. 220, de “A PIANISTA DOS LOBOS”, este vosso amigo é o
autor e a Chiado Editora tem exemplares à venda.