Ao Abril que Novembro matou, procurei novos amores!!! Prova isso a Esperança que voltou...
terça-feira, 24 de julho de 2012
sexta-feira, 20 de julho de 2012
Em Portugal é pior: A nossa gente viciou-se na TV !!!
“Não é de hoje que vários pensadores sérios estudam o
mecanismo da manipulação da informação do mercado. Um deles, o linguista Noam
Chomsky, relacionou dez estratégias sobre o tema.
Na verdade, Chomsky elaborou um verdadeiro tratado que deve
ser analisado por todos (jornalistas ou não) os interessados no tema tão em
voga nos dias de hoje em função da importância adquirida pelos meios de
comunicação na batalha diária de “fazer cabeças”.
Vale a pena
transcrever o quinto tópico elaborado e que remete tranquilamente a um
telejornal brasileiro de grande audiência e em especial ao apresentador.
O tópico assinala que
o apresentador deve “dirigir-se ao público como criaturas de pouca idade ou
deficientes mentais. A maioria da publicidade dirigida ao grande público
utiliza discursos, argumentos, personagens e entonação particularmente
infantil, muitas vezes próxima da debilidade, como se o espectador fosse uma
pessoa de pouca idade ou um deficiente mental. Quanto mais se tenta enganar o
espectador, mais se tende a adoptar um tom infantil”.
E prossegue Chomsky
indagando o motivo da estratégia. Ele mesmo responde: “se alguém se dirige a
uma pessoa como se ela tivesse 12 anos ou menos, então, por razão da sugestão,
ela tenderá, com certa probabilidade, a uma resposta ou reacção também
desprovida de um sentido crítico como a de uma pessoa de 12 anos ou menos”.
Alguém pode estar
imaginando que Chomsky se inspirou em William Bonner, o apresentador do Jornal
Nacional que utiliza exactamente a mesma estratégia assinalada pelo linguista.
Mas não necessariamente,
até porque em outros países existem figuras como Bonner, que são colocados na
função para fazerem exactamente o que fazem, ajudando a aprofundar o esquema do
pensamento único e da infantilização do telespectador.
De qualquer forma, o que diz Chomsky remete a artigo escrito
há tempos pelo professor Laurindo Leal Filho depois de ter participado de uma
visita, juntamente com outros professores universitários, a uma reunião de
pauta do Jornal Nacional comandada por Bonner.
Laurindo informava então
que na ocasião Bonner dissera que em pesquisa realizada pela TV Globo foi
identificado o perfil do telespectador médio do Jornal Nacional. Constatou-se,
segundo Bonner, que “ele tem muita dificuldade para entender notícias complexas
e pouca familiaridade com siglas como o BNDES, por exemplo. Na redacção o
personagem foi apelidado de Homer Simpson, um simpático mas obtuso personagem
dos Simpsons, uma das séries estadunidenses de maior sucesso na televisão do
mundo”
E prossegue o artigo
observando que Homer Simpson “é pai de família, adora ficar no sofá, comendo
rosquinhas e bebendo cerveja, é preguiçoso e tem o raciocínio lento”
Para perplexidade dos
professores que visitavam a redacção de jornalismo da TV Globo, Bonner passou
então a se referir da seguinte forma ao vetar esta ou aquela reportagem: “essa
o Hommer não vai entender” e assim sucessivamente.
A tal reunião de pauta do Jornal Nacional aconteceu no final
do ano de 2005. O comentário de Noam Chomsky é talvez mais recente. É possível
que o linguista estadunidense não conheça o informe elaborado por Laurindo Leal
Filho, até porque depois de sete anos caiu no esquecimento. Mas como se trata
de um artigo histórico, que marcou época, é pertinente relembrá-lo.
De lá para cá o
Jornal Nacional praticamente não mudou de estratégia e nem de editor-chefe.
Continua manipulando a informação, como aconteceu recentemente em matéria sobre
o desmatamento na Amazónia, elaborada exactamente para indispor a opinião
pública contra os assentados.
Dizia a matéria que
os assentamentos são responsáveis pelo desmatamento na região Amazónica, mas
simplesmente omitiu o facto segundo o qual o desmatamento não é produzido pelos
assentados e sim por grupos de madeireiros com actuação ilegal.
Bonner certamente
orientou a matéria com o visível objectivo de levar o telespectador a se
colocar contra a reforma agrária, já que, na concepção manipulada da TV Globo,
os assentados violentam o meio ambiente.
Em suma: assim caminha o jornalismo da TV Globo. Quando questionado,
a resposta dos editores é acusar os críticos de defenderem a censura. Um
argumento que não se sustenta.
A propósito, o jornal
O Globo está de marcação cerrada contra o governo de Rafael Correa, do Equador,
acusando-o de restringir a liberdade de imprensa. A matéria mais recente, em
tom crítico, citava como exemplo a não renovação da concessão de algumas
emissoras de rádio que não teriam cumprido determinações do contrato.
As Organizações Globo
e demais mídias filiadas à Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP)
raciocinam como se os canais de rádio e de televisão fossem propriedade
particular e não concessões públicas com normas e procedimentos a serem
respeitados.
Em outros termos:
para o patronato associado à SIP quem manda são os proprietários, que podem
fazer o que quiserem e bem entenderem sem obrigações contratuais.
No momento em que o
Estado fiscaliza e cobra procedimentos, os proprietários de veículos electrónicos
de comunicação saem em campo para denunciar o que consideram restrição à
liberdade de imprensa.
Os governos do
Equador, Venezuela, Bolívia e Argentina estão no índex do baronato mediático exactamente
porque cobram obrigações contratuais. Quando emissoras irregulares não têm as
concessões renovadas, a chiadeira do patronato é ampla, geral e irrestrita.
Da mesma forma que O
Globo no Rio de Janeiro, Clarin na Argentina, El Mercurio no Chile e outros
editam matérias com o mesmo teor, como se fossem extraídas de uma mesma matriz mediática.
MÁRIO AUGUSTO JACOBSKIND
Escrevia M. A. Pina em J de N.
“Quando ontem aqui escrevi que Cavaco Silva terá dito a um
jornal holandês que [os portugueses] foram "demasiado negligentes" e
estão hoje a sofrer as consequências de "uma vida fácil", negligente
fui eu, que me fiquei pelo "lead" da notícia da RR sobre a entrevista
ao "Financieele Dagblad".
Na verdade, Cavaco falou de "negligência" a
propósito de não terem sido devidamente avaliados os efeitos de o país deixar
de ter política cambial própria com a adesão ao euro; e de "vida
fácil" a propósito do excessivo investimento em bens não transaccionáveis
após essa adesão. A questão central, no entanto, permanece: a facilidade com que os políticos, Cavaco incluído, afirmam "os portugueses isto", "os portugueses aquilo", omitindo a que portugueses se referem.
Ora quem foi "demasiado negligente" e quem viveu e vive "uma vida fácil" não foram "os" portugueses, foram as elites político-partidárias do PSD, PS e CDS que governaram e governam o país, saltando entre o Governo e a administração de grandes empresas, com as quais não raro, no Governo, previamente subscrevem contractos de milhões ruinosos para o Estado.
E quem, por imposição dessas mesmas elites, está a pagar a sua negligência e a sua vida fácil são os "outros" portugueses, principalmente os pobres e as classes médias, cuja vida nunca foi "fácil" e se tornou hoje ainda mais difícil, quando não impossível, de viver.”
sábado, 14 de julho de 2012
terça-feira, 10 de julho de 2012
A ortografia é o rosto das palavras e a poesia é de essência monárquica e litúrgica
No Vazio da Onda
by MCS
«A ortografia é o rosto das palavras. Este rosto já sofreu tantas operações plásticas, mal feitas, que, agora, com a última, a pior e a mais estúpida, quase ficou irreconhecível. Chegou a altura de parar e, nalguns casos, de voltar atrás, sob risco de se perder da vista e do coração o pouco que resta da fisionomia das palavras da língua portuguesa.
Num poema, o aspecto das palavras que o compõem, revela-se tão importante como o seu som. Mesmo quando o poema é escutado e não lido, quem o recita, assinala na dicção, se for bom diseur (dizedor e não declamador), a ortografia e a mancha do seu perfil do lado direito da página. O recitativo torna-se visual, o som torna-se, por assim dizer, visível a duas dimensões, como a pintura do antigo Egipto.
A última reforma ortográfica destina-se aos carneiros, parasitas e usurários, que necessitam, em simultâneo, nas arengas e transacções, do inglês básico americanizado, factor que acelera ainda mais a degradação da língua nacional, até a reduzir a um dialecto tôsco, que caracteriza, sobretudo, a classe baixa dos políticos e dos magarefes ocidentais sem religião.
O poeta, neste contexto, é o único que, orientado numa linha de ortografia tradicional, nem sempre etimológica, e sob a esclarecida influência do critério biológico e estético de Teixeira de Pascoaes, o poeta, dizia, é o único homem livre capaz de criar a sua própria ortografia, indissociável da disposição rítmica e gráfica dos seus poemas.
Quem, em edições futuras dos meus livros, se as houver, depois da minha morte, "actualizar" a minha ortografia pessoal, comete um erro de lesa-majestade e uma blasfémia, porque a poesia é de essência monárquica e litúrgica e, como já disse alguém, reina sozinha ou abdica.»
Ortografia, António Barahona in "Raspar o Fundo da Gaveta e Enfunar uma Gávea", Lisboa, Averno, 2011
domingo, 8 de julho de 2012
Assim...
Num país sem Indústria, sem Agricultura, sem Pesca, com o
salário mínimo mais baixo da Europa. Com os fundos de Bruxelas para os barões
laranja, com banco – BPN - e tudo estamos à espera de quê! Os mais ricos
enriquecem todos os dias, muitos do mais pobres passam fome. O governo não sabe
o que faz, a oposição não quer perder as subvenções económicas. O desemprego
sempre a aumentar, muitos os intelectuais a fugir… Os alemões que fecham as
portas da sua neocolónia: estamos tesos e os Portugueses desenrascam, sozinhos!
Esta "aurora" é negra!
“Atenas, 7 jul (EFE).- Após convencer mais de 400 mil gregos
com seu discurso xenófobo e conseguir uma histórica entrada no Parlamento de
Atenas, o partido neonazista Aurora Dourada ampliou agora sua presença nas
ruas, com ataques a estrangeiros e ameaças a comerciantes imigrantes.”
"No sábado 23 de junho, chegaram uns 30 ou 35
neonazistas. Alguns vinham de moto e todos estavam armados com bastões e
protegidos com capacetes. Entraram em minha loja e me disseram: Não queremos
você aqui. Este é nosso país e não o seu. Vá embora. Tem uma semana para fechar
esta loja, disse à Agência Efe o paquistanês Ahmet Nadim, que administra uma
videolocadora no bairro ateniense de Nikea.”
“Seu caso não é único. Os estabelecimentos contíguos, uma
barbearia e uma mercearia, administrados por imigrantes, também foram
ameaçados, enquanto a polícia, situada a 30 metros de onde ocorria, não
interveio.”
Subscrever:
Mensagens (Atom)