Para a Ciência, avessa às superstições e especialmente à Astrologia, o que haverá na fatídica data é apenas um mero alinhamento sideral. Entre os dias 21 e 23 de dezembro, com ápice entre 11:16 hs e 11:26 hs da manhã do dia 22/12. nosso planeta Terra, a Lua e o Sol estarão alinhados com Alcyone, a estrela maior da Via Láctea, fato que ocorre a cada 25 mil anos. Mas , para os místicos, este seria um momento especial porque as energias planetárias estariam se reorganizando levando-nos à possibilidade de vivenciar um momento cósmico especial, com uma suposta extraordinária ortunidade para que muitos se iluminem passando a vibrar em outras dimensões. “É esperado que milhões de almas se beneficiem desta oportunidade espiritual única”afirmam.
Ao Abril que Novembro matou, procurei novos amores!!! Prova isso a Esperança que voltou...
quinta-feira, 20 de dezembro de 2012
terça-feira, 18 de dezembro de 2012
AROUCA - UM PATRIMÓNIO NATURAL, cheio de tesouros a explorar...
Na “aldeia global” do século 21, o Turismo da Natureza é hoje visto com uma janela de oportunidades para países do Sul da Europa como é o nosso, abençoado com um clima de fazer inveja aos friorentos do Norte, uma paisagem dotada de potencia...
— em Arouca.
lidades inigualáveis e uma cultura com séculos de história. Sendo certa a importância deste setor na produção de riqueza, os agentes desta atividade de lazer, agora focados no turista que procura a fruição do binómio conservação da biodiversidade e vivências culturais endógenas, começam a empreender estratégias que promovam o turismo sustentável, inteligente e inclusivo.
Arouca vai também integrar um projeto regional assente num turismo responsável e exigente, conduzido pela ADRIMAG, em parceria com a AGA e os outros seis municípios associados nesta agência de desenvolvimento rural integrado das serras de Montemuro, Arada e Gralheira, nomeadamente Castro Daire, Cinfães, Castelo de Paiva, S.Pedro do Sul, Sever do Vouga e Vale de Cambra. “Montanhas Mágicas, uma estratégia para o Turismo Sustentável” é o caminho que irá ser percorrido, entre 2013-2017, tendo em vista precisamente a Carta Europeia do Turismo Sustentável (CETS), fulcral para o desenvolvimento sócio-económico dos territórios com áreas protegidas ou classificadas.
Hoje foi dado o primeiro passo, com a apresentação das linhas gerais no “workshop” que decorreu no auditório da Escola Secundária de Arouca. Especialistas na matéria e vozes abalizadas apresentaram projetos já em curso: o cicloturismo como projeto CETS e atividade económicamente muito rentável em Leburon, um espaço natural situado no coração da Provence, França; e a Central de Reservas das regiões do Parque Natural da Peneda-Gerês, implementada pela ADERE (Associação de Desenvolvimento Regional) naquele território, fazendo a promoção e a comercialização do destino Gerês, dentro e fora de portas.
Ver maisArouca vai também integrar um projeto regional assente num turismo responsável e exigente, conduzido pela ADRIMAG, em parceria com a AGA e os outros seis municípios associados nesta agência de desenvolvimento rural integrado das serras de Montemuro, Arada e Gralheira, nomeadamente Castro Daire, Cinfães, Castelo de Paiva, S.Pedro do Sul, Sever do Vouga e Vale de Cambra. “Montanhas Mágicas, uma estratégia para o Turismo Sustentável” é o caminho que irá ser percorrido, entre 2013-2017, tendo em vista precisamente a Carta Europeia do Turismo Sustentável (CETS), fulcral para o desenvolvimento sócio-económico dos territórios com áreas protegidas ou classificadas.
Hoje foi dado o primeiro passo, com a apresentação das linhas gerais no “workshop” que decorreu no auditório da Escola Secundária de Arouca. Especialistas na matéria e vozes abalizadas apresentaram projetos já em curso: o cicloturismo como projeto CETS e atividade económicamente muito rentável em Leburon, um espaço natural situado no coração da Provence, França; e a Central de Reservas das regiões do Parque Natural da Peneda-Gerês, implementada pela ADERE (Associação de Desenvolvimento Regional) naquele território, fazendo a promoção e a comercialização do destino Gerês, dentro e fora de portas.
famoso ou não. Toda a gente merece respeito: ateu ou crente!
Os ateus
sempre foram perseguidos como párias das sociedades pelos religiosos. E embora
hoje se fale de liberdade, ainda existe o preconceito velado. Ateus são apenas
pessoas que não têm necessidade de acreditar em nenhum deus. Dos milhões de ateus
ou ateias, ficam vários nomes, aqui, referidos:
Nietzsche (Filósofo);
Esteve Jobs (Co-fundador da Apple, Next e do Estúdio Pixar);
Alfred Hitchcock (Diretor de cinema);
Bertrand Russel (Filósofo e Matemático);
Bill Gates (Fundador da Microsoft);
Caetano Veloso (Cantor e Compositor);
Charles Chaplin (cineasta);
Che Guevara (Revolucionário);
Chico Buarque (Cantor e Compositor);
Confúcio (Filósofo chinês);
David Bowie (Músico e ator);
Esteve Jobs (Co-fundador da Apple, Next e do Estúdio Pixar);
Alfred Hitchcock (Diretor de cinema);
Bertrand Russel (Filósofo e Matemático);
Bill Gates (Fundador da Microsoft);
Caetano Veloso (Cantor e Compositor);
Charles Chaplin (cineasta);
Che Guevara (Revolucionário);
Chico Buarque (Cantor e Compositor);
Confúcio (Filósofo chinês);
David Bowie (Músico e ator);
Denis Diderot (Filósofo e escritor francês);
Ernst Hemingway (Escritor Nobel de Literatura);
Frederico Fellini (cineasta Italiano);
Fidel Castro (Chefe de Estado de Cuba);
Heinrich Heine (Poeta romântico alemão);
Jack Nicholson (Ator);
James Joyce (Escritor Irlandês).
Charles Schulz (Cartunista, criador da série "Penusts" - Turma do Snoopy);
John Lennon (Músico);
Jorge Amado (Escritor brasileiro);
Zélia Gattai (Escritora, esposa de Jorge Amado);
Karl Marx (Sociólogo e Filósofo);
Katharine Hepburn (Atriz);
Luis Fernando Veríssimo (Escritor);
Cláudia Raia (Atriz);
Leonardo da Vinci (pintor, matemático, escultor, arquiteto, físico, escritor, engenheiro, poeta, cientista, botânico e músico);
Linus Pauling (Prêmio Nobel de Química);
David Gilmour (Vocalista e Guitarrista do Pink Floyd);
Machado de Assis (Escritor brasileiro);
Manuel Vásquez Montaban (Escritor e Jornalista espanhol);
Marie Curie (Nobel
de física e química);
Mário Lago (Ator, compositor e letrista);
Marlon Brando (Ator);
Peter Medawar (Nobel de Fisiologia e Medicina);
Sigmund Freud (Criador da psicanálise);
Meng-Tse (Pensador);
Michel Foucault (Filósofo);
Milos Forman (Cineasta);
Monteiro Lobato (Escritor, autor de "O Sítio do Pica-Pau Amarelo");
Murray Rothbard (Economista e teórico político);
Noam Chomsky (linguista americano);
Oscar Niemeyer (Arquiteto, projetou Brasília);
Pablo Neruda (Poeta chileno, Nobel de Literatura);
Pablo Picasso (Pintor espanhol);
Pier Paolo Pasolini (Escritor, poeta e cineasta italiano);
Paulo César Pereio (Ator);
Paulo Freire (Educador);
Rubem Fonseca (Romancista e contista brasileiro);
Carl Sagan (Astrônomo americano);
Salman Rushdie (Escritor e ensaísta);
Jean Paul Sartre (Filósofo francês);
Simone de Beauvoir (Filósofa e escritora);
Bob Geldof (Músico);
Sócrates (Filósofo grego);
Stephen King (Escritor, fez "O Iluminado", "Cemitério Maldito", entre outros);
Steven Soderbergh (Cineasta);
Thomas Edison (Inventor americano, criador do fonógrafo e da lâmpada elétrica);
Woody Allen (Cineasta);
Yuri Gargarin (Cosmonauta Soviético, o primeiro homem a viajar pelo espaço);
Bjork (Cantora e Compositora);
Ingmar Bergman (Cineasta);
José Saramago (Nobel de Literatura).
O que seria da humanidade sem tantos "tolos" e "maus" como esses?
Mário Lago (Ator, compositor e letrista);
Marlon Brando (Ator);
Peter Medawar (Nobel de Fisiologia e Medicina);
Sigmund Freud (Criador da psicanálise);
Meng-Tse (Pensador);
Michel Foucault (Filósofo);
Milos Forman (Cineasta);
Monteiro Lobato (Escritor, autor de "O Sítio do Pica-Pau Amarelo");
Murray Rothbard (Economista e teórico político);
Noam Chomsky (linguista americano);
Oscar Niemeyer (Arquiteto, projetou Brasília);
Pablo Neruda (Poeta chileno, Nobel de Literatura);
Pablo Picasso (Pintor espanhol);
Pier Paolo Pasolini (Escritor, poeta e cineasta italiano);
Paulo César Pereio (Ator);
Paulo Freire (Educador);
Rubem Fonseca (Romancista e contista brasileiro);
Carl Sagan (Astrônomo americano);
Salman Rushdie (Escritor e ensaísta);
Jean Paul Sartre (Filósofo francês);
Simone de Beauvoir (Filósofa e escritora);
Bob Geldof (Músico);
Sócrates (Filósofo grego);
Stephen King (Escritor, fez "O Iluminado", "Cemitério Maldito", entre outros);
Steven Soderbergh (Cineasta);
Thomas Edison (Inventor americano, criador do fonógrafo e da lâmpada elétrica);
Woody Allen (Cineasta);
Yuri Gargarin (Cosmonauta Soviético, o primeiro homem a viajar pelo espaço);
Bjork (Cantora e Compositora);
Ingmar Bergman (Cineasta);
José Saramago (Nobel de Literatura).
O que seria da humanidade sem tantos "tolos" e "maus" como esses?
sábado, 15 de dezembro de 2012
quinta-feira, 13 de dezembro de 2012
Até um dia destes...
O Tesouro do Mar de Mansores» é ousado na escrita e nos temas abordados. Escrito por José Santos, natural de Santa Maria da Feira, o livro foi apresentado na Biblioteca Municipal de Arouca no passado dia 30 de novembro, merecendo os elogios de todos. "
Já passou um ano. O outro livro, ainda, não está acabado. Vou, vou voltar a Arouca...quarta-feira, 12 de dezembro de 2012
“Um orçamento de guerra civil”
«Este orçamento é mentiroso, é ilegal, é ilegítimo, é
imoral, é associal e belicista. E todos o sabem. Mas foi aprovado pelos
deputados da maioria.
Bastaria para nos encher de vergonha o conteúdo do orçamento
em si, um exercício impossível de cumprir segundo praticamente todos os
observadores independentes, que promove o empobrecimento dos portugueses e
amplia a desigualdade social, que reduz a progressividade dos impostos, que
taxa como ricos os que mal emergem da linha de pobreza, que poupa o património
e os rendimentos de capital dos verdadeiros ricos, que abandona qualquer ideia
de desenvolvimento económico, qualquer preocupação com o bem-estar dos
cidadãos, que transfere sem a menor vergonha para os bolsos dos agiotas
credores o dinheiro que rouba do bolso dos desempregados e que, para mais, se
baseia em estimativas que todos sabem absolutamente falaciosas.
O Orçamento de 2013 é mentira. Mas, pior do que ser mentira,
é um orçamento de ataque ao povo português. É um orçamento de guerra. Não por
ter sido imposto por uma situação de guerra, mas porque é um acto de guerra
contra os pobres e a classe média, contra a democracia e a liberdade (de que
liberdade goza um desempregado?). É um acto de revanchismo serôdio contra o 25
de Abril. Mais do que um confisco de salários e pensões é um confisco de
direitos. É um confisco de democracia. É um acto de guerra civil.
É imoral porque ataca os mais frágeis, é associal porque
destrói o tecido social e a própria ideia de solidariedade e a confiança que
mantém a sociedade, é belicista porque vai semear a doença, a fome, a morte e a
discórdia. Mas foi aprovado pelos deputados da maioria…”
quarta-feira, 5 de dezembro de 2012
Artur Neves critica Passos Coelho por “premiar” câmaras com más práticas financeiras
O presidente da Câmara de Arouca, eleito pelo PS, reclama do primeiro-ministro os cinco milhões de euros que terá prometido para concluir a variante até à Feira e acusa-o de "indignidade", por "premiar" com 457 milhões as autarquias "com más práticas financeiras".
Na carta dirigida a Pedro Passos Coelho, à qual a Lusa teve acesso, José Artur Neves refere-se à linha de crédito do chamado Plano de Apoio à Economia Local (PAEL), que beneficia 82 municípios.
"O prémio que o Governo atribuiu às autarquias com más práticas financeiras indigna-me profundamente e só pode indignar todos os arouquenses”, diz.
O autarca explica: "O Governo tem-nos dito que não tem pouco mais de cinco milhões para a comparticipação nacional necessária para conclusão da nossa variante e que a obra dificilmente terá dinheiro neste Quadro Comunitário”.
“Depois, faz esta indignidade: atribui 37 milhões à Câmara do Fundão para pagar dívidas de curto prazo acumuladas pelo presidente que recentemente este mesmo Governo duplamente premiou com a sua nomeação para a administração da Águas de Portugal; concede 28 milhões à Câmara do Funchal; e concede a Gaia ‘apenas' 27 milhões - sendo que o grosso da divida estará ‘escondido' em muitas das suas empresas municipais".
Para José Artur Neves, esses são "apenas alguns exemplos" da estratégia com que o Governo resolveu "caucionar os violadores das boas práticas de gestão dos dinheiros públicos e da própria Lei das Finanças Locais, sem olhar a qualquer critério equitativo, sem qualquer planeamento e sem qualquer visão de futuro".
O autarca de Arouca critica a medida por defender que essa "premeia os autarcas que, objetivamente, se assumiram como concorrentes desleais na gestão da coisa pública ao gerarem, ano após ano, mandato atrás de mandato, dívidas de milhões perante fornecedores e empreiteiros, contribuindo dessa forma - e a exemplo de sucessivos Governos e de um bem ‘traquejado’ governante da Região Autónoma da Madeira - para a desastrosa situação financeira do país".
José Artur Neves repudia também o tom conferido à cerimónia de formalização dos acordos com as 82 autarquias em causa, quando Miguel Relvas, ministro Adjunto e dos Assuntos Parlamentares, afirmou que esse se tratava de "um ‘momento de legítimo orgulho' e ‘o resultado visível do mais genuíno espírito de cooperação e de boa vontade'".
Para o autarca de Arouca, "pareceu mesmo que os [municípios] cumpridores que ali não estavam é que estão errados".
A variante de Arouca a Santa Maria da Feira pretende facilitar um percurso de cerca de 50 quilómetros, que, atualmente, só está disponível em 10 quilómetros de via rápida e, no restante, continuar a fazer-se por curvas apertadas através da serra.
A conclusão da última fase da obra vem sendo prometida por sucessivos governantes, inclusive por Passos Coelho, durante uma visita a Arouca em setembro de 2010, ainda enquanto candidato.
José Artur Neves recorda essa circunstância ao primeiro-ministro e, na mesma carta, recomenda-lhe que converse sobre o assunto com o ministro Paulo Portas, que, líder da bancada do CDS na Assembleia Municipal de Arouca, "é bem conhecedor do problema da estrada e das promessas que nas últimas eleições autárquicas e legislativas ele próprio não se cansou de fazer".
Recordando que a Câmara de Arouca "tem sido sucessivamente reconhecida como uma das autarquias do país com melhor gestão financeira", exibindo "um ‘superavit’ de receita corrente de mais de 15 %" e ainda "muito investimento, obra feita e baixos impostos diretos", o autarca conclui: "Tudo tem um limite, e esse limite, pelo infame e ofensivo comportamento dos nossos governantes para com os arouquenses, há muito que foi ultrapassado".
in LUSA
05-12-2012
Portugal atravessa "década negra" no combate à corrupção
(…) "Cerca de um terço do Parlamento é constituído por directores,
administradores, consultores ou advogados de empresas que têm grandes negócios
com o Estado. A lei foi deliberadamente elaborada para que fosse declarada
inconstitucional", acusa Paulo Morais, acrescentando que tem faltado
vontade política e mais transparência na vida pública do Estado, que "é
completamente opaca".
domingo, 2 de dezembro de 2012
sábado, 1 de dezembro de 2012
Quatro homens e uma mulher, católicos, estavam tomando café
na Praça de São Pedro. O primeiro homem falou:
- Meu filho é um padre e tratam-no por Padre.
O segundo homem
bradou...
- Meu filho é um bispo e tratam-no sempre por "Sua
Graça".
O terceiro homem disse...
- Meu filho é um Cardeal. Quando ele entra em um recinto
todos inclinam a cabeça e tratam-no por "Sua Eminência".
Como a única mulher estava saboreando o café em silêncio, os
quatro homens dirigiram a ela com argúcia...
- Então?
Ela, orgulhosamente respondeu...
- Eu tenho uma filha, alta e elegante, busto 40, 24
polegadas de cintura, 34 polegadas de quadris...quando entra em qualquer lugar,
todos exclamam:
“OH! MEU DEUS! "
quarta-feira, 21 de novembro de 2012
por José Vítor Malheiros
"Agora é raro o dia sem uma petição. É rara a semana sem uma
manifestação. Causas urgentes e necessárias, causas justas, às vezes questões
de vida ou de morte, questões de direitos, de liberdade, de dignidade, de
futuro. As petições não custam nada, é só assinar no computador.
As manifestações são mais complicadas, é preciso ir,
organizar o dia à volta da manifestação, saber onde é, por onde passa, quem
convoca, que transportes apanhar, vencer a resistência a participar - não por
comodismo, mas porque quase nunca estamos de acordo com tudo o que representa
uma manifestação.
É preciso negociar connosco próprios, ceder, defender o
essencial e esquecer o acessório, pensar nos fins sem nunca esquecer os meios,
medir vantagens e benefícios, participar na contestação mas não banalizar a
contestação, mobilizar as pessoas mas não cansar as pessoas.
Agora todos os dias são dias de luta, mas esta luta
atomizada em manifestações e petições, em debates e reuniões de trabalho, em
artigos para os jornais e fotografias e posts e comentários nas redes sociais
não tem um sentido definido. Muitos dos que contestam a austeridade quando ela lhes chega ao bolso concordam que gastámos acima das nossas possibilidades e que é preciso pagar e, se continuarmos a conversa, ainda defendem que o Estado corte nos gastos sociais dos outros.
Muitos dos discursos de rua que começam a criticar este
Governo e o anterior e os anteriores estendem rapidamente o seu ódio a todos os
políticos, a todos os partidos e à própria política e acabam a criticar a
democracia que entregou o poder aos arrivistas corruptos. Muitos dos que
começam a criticar a falta de democracia na União Europeia acabam a demonizar
os estrangeiros que só nos querem roubar o pouco que temos e a defender o
isolacionismo.
A maior vitória do
neoliberalismo é esta, os ataques que os pobres desferem uns contra os outros.
O maior ataque ao Estado Social é este, o que se ouve nas conversas dos
cidadãos comuns, que criticam os que beneficiam de apoios do Estado porque
obrigam o Governo a aumentar os impostos. Que criticam as famílias que recebem
o RSI e levam as crianças ao café para comer bolos, como se comer bolos fosse
um direito dos nossos filhos mas não dos filhos dos outros. Que criticam os
grevistas dos transportes, porque prejudicam quem quer ir trabalhar e não pode.
Que criticam a classe média que vai aos hospitais públicos e gasta recursos do
Estado mas tem dinheiro para ir aos hospitais privados. Que até são capazes de
concordar com o líder parlamentar do PSD, Luís Montenegro, que explica que
acabar com os descontos no passe social é justo porque evita que Belmiro de
Azevedo ande de autocarro a beneficiar dos nossos impostos. Uma das coisas mais
tristes desta crise é ser bombardeado com as mensagens-correntes de mail onde
se denunciam os pretensos privilégios e os grandes salários de alguns. Nalguns
casos, raros, a indignação é legítima. Há gastos excessivos, sumptuários, onde
devia haver contenção e frugalidade no uso de dinheiros públicos. Mas em muitos
casos a indignação é não só disparatada mas cirurgicamente orientada para
desviar as atenções das benesses de que goza o capital. Enquanto umas centenas
de ingénuos se indignam com os salários de certas estrelas da televisão (“Envia
esta mensagem a vinte dos teus amigos!”), não dizem uma palavra contra os juros
cobrados a Portugal pela “ajuda externa”, contra o escândalo do BPN e das PPP,
contra os benefícios escandalosos concedidos aos bancos, as isenções fiscais
das grandes empresas, a fuga legal aos impostos dos grupos económicos com sede
na Holanda, o desvio de dinheiros para paraísos fiscais, os impostos
inexistentes sobre os rendimentos do capital. Tudo isso é escamoteado pelo
cachet de José Carlos Malato ou de Catarina Furtado.
A maior vitória do
neoliberalismo é esta, é este discurso, uma vitória conseguida a golpes de
propaganda repetida sem descanso, com a cumplicidade (frequentemente
involuntária e acéfala) dos media.
É por isso que
continuamos a ouvir Vítor Gaspar nos telejornais, repetindo as suas fantasias
que nenhum raciocínio sustenta. Um dia, ele ou outra marioneta do Governo virá
dizer-nos que a Terra é plana e os media, dando provas de equilíbrio e isenção,
dirão, “Essa não é porém a posição do geógrafo Fulano de Tal, que sustenta, por
seu lado, que...”
A responsabilidade
dos media na alimentação deste discurso é central. É por isso que vemos, em
movimentos cívicos como o Manifesto contra a Privatização da RTP ou a
Iniciativa de Auditoria Cidadã à Dívida Pública ou a Rede Economia com Futuro,
a necessidade de produzir e disponibilizar informação que os media deveriam
produzir, filtrar, validar e difundir mas que não produzem, não filtram, não
validam e não difundem. Os movimentos sociais estão a tentar fazer o trabalho
que devia ser dos media mas eles ainda não perceberam, preocupados como estão
em colocar o microfone bem próximo dos lábios de Vítor Gaspar."
terça-feira, 20 de novembro de 2012
Arouca é uma terra linda, com muitos encantos... e doces!
“AROUCA, NATUREZA A
100%
- "O Geoturismo é uma estratégia de desenvolvimento que
realça o melhor que o território tem para oferecer"
- "O Turismo
Rural é fundamental mas precisamos todos de outra mentalidade:
profissionalismo, qualidade, excelência. Com todos a trabalhar para o
produto"
Arouca é um
território onde a natureza se impõe a 100%. Tem a paisagem colossal, de
irresistível beleza, classificada como museu geológico a céu aberto,
remetendo-nos para a origem dos tempos, com sítios únicos como as misteriosas
trilobites gigantes de Canelas, as pedras parideiras de Canelas, as pedras
boroas do Junqueiro ou a frecha da Mizarela, tudo agregado no Geopark de
Arouca. Tem as escarpas abruptas da serra da Freita e as pistas de águas bravas
do rio Paiva junto a Alvarenga, também as ribeiras de Castanheira, Rio de
Frades e da Pedra Amarela, ideais para desportos de aventura. Tem rotas vertiginosas
ou relaxantes em dezena e meia de percursos pedestres em caminhos rurais,
tradicionais ou de montanha, alguns com o rio a deixar-se tocar.
A par de tudo isto, Arouca tem as delícias gastronómicas, da
vitela arouquense aos doces conventuais, tem os vinhos verdes, e tem o legado
religioso da Ordem de Cister no enorme Mosteiro de Santa Maria de Arouca. E
Arouca também cultiva a arte de bem receber num território a que acertadamente
dão o nome de Montanhas Mágicas, que se estende de Arouca a Castro Daire e São
Pedro do Sul.
Esta pura natureza está a menos de uma hora de distância do
Porto, Aveiro ou Viseu.(…)”
segunda-feira, 19 de novembro de 2012
quarta-feira, 14 de novembro de 2012
Uma diferença colossal entre o meu concelho e o concelho de Arouca!
“A autarquia de Arouca propõe emprestar seis milhões de
euros à empresa «Estradas de Portugal» para a conclusão da via estruturante,
que liga o município ao Litoral, uma obra reclamada há vários anos pela
população.
«O município de Arouca está disponível para sacrificar parte
da sua capacidade de endividamento para - caso o Governo o autorize nas
condições legalmente possíveis - facultar um empréstimo de seis milhões de
euros à Estradas de Portugal, com base num acordo a firmar entre as partes, que
permita à estrutura estatal pagar-nos, num tempo razoável, e para que, desta
forma, possamos ter, finalmente as máquinas no terreno e a concretização de uma
obra que é reclamada pelos arouquenses há décadas», afirmou o presidente da
autarquia, José Artur Neves.
O autarca aproveitou
quinta-feira a presença da ministra da Agricultura, Mar, Ambiente e Ordenamento
do Território, Assunção Cristas, na cerimónia de abertura da Feira das
Colheitas para apelar à intervenção do Governo nesta matéria.
A governante tomou
«boa nota das preocupações» da Câmara Municipal, mostrando-se sensível ao
problema.
«O Governo está a
avaliar todas as situações que tem entre mãos e, neste caso particular,
competirá ao ministro da Economia, que também tem a área das Obras Públicas,
reflectir sobre essa matéria», disse aos jornalistas Assunção Cristas.
A via estruturante
integra-se na concessão «Vouga», que inclui ainda o IC35 (entre Penafiel e
Mansores), a ligação do nó da via estruturante em Escariz até à zona industrial
do Rossio, a ligação de Vale de Cambra até ao nó de Carregosa da A32 e a
conservação/manutenção (durante o período da concessão) de várias rodovias que
estão em serviço.
Em Dezembro de 2010
foi publicado em Diário da República o despacho suspendendo a comissão
responsável pelo andamento da concessão durante a reavaliação do modelo de
financiamento da EP - Estradas de Portugal, SA.
O primeiro troço –
ligando a vila de Arouca a Nogueiró, na freguesia de Urro - foi inaugurado em
2004 pelo então secretário de Estado das Obras Públicas, Jorge Costa.
O último troço da «variante» - com 23 quilómetros -
estabelece a ligação entre Mansores (Arouca) e Santa Maria da Feira.
terça-feira, 13 de novembro de 2012
in Fio de Prumo - Correio da Manhã
“Foi Cavaco Silva, e não Merkel, que enquanto
primeiro-ministro permitiu o desbaratar de fundos europeus em obras faraónicas
e inúteis, desde piscinas e pavilhões desportivos sem utentes, ao desnecessário
Centro Cultural de Belém. Foi o seu ministro Ferreira do Amaral que hipotecou o
estado no negócio da Ponte Vasco da Gama.
Foi António Guterres, e não Merkel, que decidiu esbanjar
centenas de milhões de euros na construção de dez estádios de futebol. Foi
também no seu tempo que se construiu o Parque das Nações, o negócio imobiliário
mais ruinoso para o estado em toda a história de Portugal.
Foi mais tarde, já com Durão Barroso e o seu ministro da
defesa Paulo Portas, que ocorreu o caso de corrupção na compra de submarinos a
uma empresa alemã. E enquanto no país de Merkel os corruptores estão presos,
por cá nada acontece.
Mas o descalabro maior ainda estava para chegar. Os
mandatos de José Sócrates ficarão para a história como aqueles em que os
socialistas entregaram os principais negócios de estado ao grande capital.
Concederam-se privilégios sem fim à EDP e aos seus parceiros das energias
renováveis; celebraram-se os mais ruinosos contratos de parceria
público--privada, com todos os lucros garantidos aos concessionários, correndo
o estado todos os riscos. O seu ministro Teixeira dos Santos nacionalizou e
assumiu todos os prejuízos do BPN.
Finalmente, chegou Passos Coelho, que prometeu não aumentar
impostos nem tocar nos subsídios, mas quando assumiu o poder, fez exactamente o
contrário. Também não é Merkel a culpada dessa incoerência, nem tão pouco é
responsável pelos disparates de Vítor Gaspar, que não pára de subir taxas de
imposto. A colecta diminui, a dívida pública cresce, a economia soçobra.
A raiva face aos dirigentes políticos deve ser dirigida a outros que não à chanceler alemã. Aliás, os que fazem de Angela Merkel o bode expiatório dos nossos problemas estão implicitamente a amnistiar os verdadeiros culpados.”
(Paulo Morais)
domingo, 11 de novembro de 2012
quarta-feira, 7 de novembro de 2012
Os vampiros, continuam a beber...
“Nestes últimos três anos caiu-nos uma depressão em cima da
cabeça, e o que fizemos? Procurámos culpados. O “viver acima das nossas
possibilidades” e “os malefícios do endividamento”, são duas cantigas populares
dos últimos anos. E, no entanto, antes de a crise ter rebentado na América e de
se ter propagado à Europa, o nível de endividamento de alguns dos países do sul
da Europa, como Portugal e Espanha, tinha vindo a reduzir-se. Os gráficos estão
lá e mostram que sim (como mostram que o gigante alemão também está fortemente
endividado). Mas porque é que as pessoas não querem acreditar nisto? Nem sequer
apreender o facto de terem sido “praticamente todos os principais governos”
que, “nos terríveis meses que se seguiram à queda do banco de investimento
Lehman Brothers, concordaram em que o súbito colapso das despesas do sector
privado teria de ser contrabalançado e viraram-se então para uma política
orçamental e monetária expansionista num esforço para limitar os danos”? A
Comissão Europeia e a Alemanha estavam “lá”. E, de repente, tudo mudou.
Uma das maiores
dificuldades de lidar com esta crise é, em primeiro lugar, o facto natural de
tanto o cidadão comum como Jesus Cristo não perceberem nada de finanças, a
menos quando lhe vão ao seu próprio bolso (ou perde o emprego). A outra é o
poder da narrativa do “vivemos acima das nossas possibilidades”, aquilo a que
Krugman chama a “narrativa distorcida” europeia, “um relato falso sobre as
causas da crise que impede verdadeiras soluções e conduz de facto a medidas políticas
que só pioram a situação”. Krugman ataca “uma narrativa absolutamente errada”,
consciente de que “as pessoas que apregoam esta doutrina estão tão relutantes
como a direita americana em ouvir a evidência do contrário”.
Três quartos do
livro-manifesto “Acabem com esta crise já”, é dedicado aos Estados Unidos,
pátria de Krugman. Mas tendo em conta o nosso “interesse nacional”,
centremo-nos no que diz sobre a Europa.
Krugman refuta a
explicação popular e maioritária sobre a situação actual na Europa – países sob
tutela de troika e pedidos de resgate à média de dois por ano. “Eis, então, a
Grande Ilusão da Europa: é a crença de que a crise da Europa foi essencialmente
causada pela irresponsabilidade orçamental. Diz essa história que os países
europeus incorreram em excessivos défices orçamentais e se endividaram
demasiado – e o mais importante é impor regras que evitem que isto volte a
acontecer”.
Krugman aceita que a
Grécia (e Portugal, “embora não à mesma escala) incorreu em “irresponsabilidade
orçamental”, mas recusa a “helenização” do problema europeu. “A Irlanda tinha
um excedente orçamental e uma dívida pública reduzida na véspera do deflagrar
da crise (...) A Espanha também tinha um excedente orçamental e uma dívida
reduzida. A Itália tinha um alto nível de endividamento herdado das décadas de
1970 e 1980, quando a política era realmente irresponsável, mas estava a
conseguir fazer baixar de forma progressiva o rácio do endividamento em relação
ao PIB”. Ora um graficozinho do FMI demonstra que, enquanto grupo, “as nações
europeias que se encontram actualmente a braços com problemas orçamentais
conseguiram melhorar de forma progressiva a sua posição de endividamento até ao
deflagrar da crise”. E foi só com a chegada da crise americana à Europa que a
dívida pública disparou. Explicar isto aos “austeritários” é uma tarefa insana.
Diz Krugman: “Muitos europeus em posições-chave – sobretudo políticos e
dirigentes na Alemanha, mas também as lideranças do Banco Central Europeu e
líderes de opinião espalhados pelo mundo das finanças e da banca – estão
profundamente comprometidos com a Grande Ilusão e nada consegue abalá-los por
mais provas que haja em contrário. Em consequência disso, o problema de
responder à crise é muitas vezes formulado em termos morais: as nações estão
com problemas porque pecaram e devem redimir-se por via do sofrimento”. Ora é
esta exactamente a história que nos conta o governo e que é, segundo Paul
Krugman, “um caminho muito mau para se abordar os problemas que a Europa
enfrenta”.
Ao contrário do que
muita gente possa pensar, Krugman não é um perigoso socialista. E, céus, até
defende a austeridade (alguma, mas não esta). Vejam como ele explica a crise
espanhola, que considera a crise emblemática da zona euro: “Durante os
primeiros oito anos após a criação da zona euro a Espanha teve gigantescos
influxos de dinheiro, que alimentaram uma enorme bolha imobiliária e conduziram
a um grande aumento de salários e dos preços relativamente aos das economias do
núcleo europeu [Alemanha, França e Benelux]. O problema essencial espanhol, do
qual derivam todos os outros, é a necessidade de voltar a alinhar custos e
preços. Como é que isso pode ser feito?”. O Nobel explica: “Poderia ser feito
por via da inflação nas economias do núcleo europeu. Imagine-se que o BCE
seguia uma política de dinheiro fácil enquanto o governo alemão se empenhava no
estímulo orçamental; isto iria implicar pleno emprego na Alemanha mesmo que a
alta taxa de desemprego persistisse em Espanha. Os salários espanhóis não iriam
subir muito, se é que chegavam a subir, ao passo que os salários alemães iriam
subir muito; os custos espanhóis iriam assim manter-se nivelados, ao passo que
os custos alemães subiriam. E para a Espanha seria um ajustamento relativamente
fácil de fazer: não seria fácil, seria relativamente fácil”.
Ora, esta maneira
“relativamente fácil” de resolver a crise europeia tem estado condenada (vamos
ver o que se segue ao novo programa de compra de dívida do BCE, criticado pelo
presidente do Bundesbank) pela irredutibilidade alemã relativamente à inflação,
“graças às memórias da grande inflação ocorrida no início da década de 1920”.
Krugman lembra bem que estranhamente “estão muito mais esquecidas as memórias
relativas às políticas deflacionárias do início da década de 1930, que foram na
verdade aquilo que abriu caminho para a ascensão daquele ditador que todos
sabemos quem é”.
O que trama as nações
fracas do euro (como Espanha e Portugal) é, não tendo meios de desvalorizar a
moeda – como fez a Islândia no rescaldo da crise com sucesso – estão sujeitas
ao “pânico auto--realizável”. O facto de não poderem “imprimir dinheiro” torna
esses países vulneráveis “à possibilidade de uma crise auto-realizável, na qual
os receios dos investidores quanto a um incumprimento em resultado de escassez
de dinheiro os levariam a evitar adquirir obrigações desse país, desencadeando
assim a própria escassez de dinheiro que tanto receiam”. É este pânico que
explica os juros loucos pagos por Portugal, Espanha e Itália, enquanto a Alemanha
lucra a bom lucrar com a crise do euro – para fugir ao “pânico” os investidores
emprestam dinheiro à Alemanha sem pedir juros e até dando bónus aos alemães por
lhes deixarem ter o dinheirinho guardado em Frankfurt.
Se Krugman defende
que “os países com défices orçamentais e problemas de endividamento terão de
praticar uma considerável austeridade orçamental”, defende que para sair da
crise seria necessário que “a curto prazo, os países com excedentes orçamentais
precisam de ser uma fonte de forte procura pelas exportações dos países com
défices orçamentais”.
Nada disto está a
acontecer. “A troika tem fornecido pouquíssimo dinheiro e demasiado
tardiamente” e, “em resultado desses empréstimos de emergência, tem-se exigido
aos países deficitários que imponham programas imediatos e draconianos de
cortes nos gastos e subidas de impostos, programas que os afundam em recessões
ainda mais profundas e que são insuficientes, mesmo em termos puramente
orçamentais, à medida que as economias encolhem e causam uma baixa de receitas
fiscais”. Conhece esta história, não conhece?”
terça-feira, 6 de novembro de 2012
Tiago Mesquita - escreve:
"Estou farto de ver o país sequestrado por corruptos. Farto de ver políticos a mentir. Farto de ver a Constituição ser trespassada. Farto de ver adolescentes saltitantes e acéfalos, de bandeira partidária em punho, a lamberem as botas de meia dúzia de ilusionistas. Farto de oportunistas que, após mil tropelias, acabam a dirigir os destinos do país. Farto de boys que proliferam como sanguessugas e transformam o mérito em pouco mais do que uma palavra. Farto da injustiça social e da precariedade.
Farto da Justiça à Dias Loureiro. Farto dos procuradores de pacotilha. Farto de viver num regime falso, numa democracia impositiva. Farto da austeridade. Farto das negociatas à terceiro mundo. Farto das ironias, da voz irritante, dos gráficos e da falta de sensibilidade de Vítor Gaspar. Farto dos episódios inacreditáveis do 'Dr.' Relvas, das mentiras de Passos Coelho e da cobardia de Paulo Portas.
Farto de me sentir inseguro cada vez que ouço José Seguro. Farto de ter uma espécie de Tutankhamon como Presidente da República. Farto dos disparates do Dr. Mário Soares.
Estou farto de ver gente a sofrer sem ter culpa. Farto de ver pessoas perderem o emprego, os bens, a liberdade, a felicidade e muitas vezes a dignidade. Farto de ver tantos a partir sem perspectivas, orientados pelo desespero. Farto de silêncios. Farto do FMI e da Troika. Farto de sentir o pânico a cada esquina. Farto de ver lojas fecharem a porta pela ultima vez e empresas a falir. Farto de ver rostos fechados, sufocados pela crise. Farto dos Sócrates, Linos, Varas, Campos e outros a gozarem connosco depois de terem hipotecado o futuro do país. Farto da senhora Merkel.
Estou farto de ver gente miserável impor a miséria a milhões. Farto da impunidade. Farto de ver vigaristas, gente sem escrúpulos, triunfar. Farto de banqueiros sem vergonha, corresponsáveis em tudo, a carpirem mágoas nos meios de comunicação social. Farto de ver milhares de pessoas a entregarem as suas casas ao banco. Farto de vergonhas como o BPN e as PPP. Farto de ver um país maltratar os seus filhos e abandoná-los à sua sorte. E, finalmente, estou farto de estar farto e imagino que não devo estar só".
Ler mais: http://expresso.sapo.pt/estou-farto-disto-tudo=f764688#ixzz2BTDiF0PC
sexta-feira, 2 de novembro de 2012
a maldita "ajuda" - ajuda quem não precisa!
“Sabia que do total do crédito "oferecido" a
Portugal no âmbito do programa de assistência da 'troika' de 78 mil milhões de
euros, 34.400 milhões de euros, corresponde ao valor total a pagar em juros ao
longo do prazo dos empréstimos, ou seja, quase 45% do valor emprestado?
Sabia que o montante destinado às empresas do sector
financeiro são 12 mil milhões de euros reservados para a recapitalização da
banca?Tecnicamente falante, os empréstimos do Fundo Europeu de Estabilização Financeira (FEEF) ou do Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE) têm uma maturidade (duração) média de 12 anos, a uma taxa de juro média de 4%.
Já os empréstimos do Fundo têm uma maturidade média de sete
anos e três meses, e uma taxa de juro média de 5 por cento - mas neste caso
"a taxa de juro é variável, à qual acresce um 'spread' [diferencial] que
depende do montante em dívida e pode chegar a perto de 400 [pontos base] depois
dos três primeiros anos", lê-se no documento das Finanças.
Sabia que ao contrário do inicialmente previsto, o pagamento
de juros de Portugal à troika está a incidir na totalidade dos 12 mil milhões
de euros destinado à capitalização da banca, e não apenas no montante até agora
utilizado?Sabia que da fatia de 12 mil milhões, o Estado injectou este ano 4,5 mil milhões de euros no BCP e no BPI. Os restantes 7,5 mil milhões de euros estão depositados numa conta bancária no Banco de Portugal e não podem ser utilizados para dedução da dívida?”
Ou seja dos 78 mil milhões emprestados a Portugal, 34 mil
milhões são para pagar juros + 12 mil milhões para a recapitalização da banca,
sobram menos de 32 mil milhões para a economia real."
quarta-feira, 31 de outubro de 2012
sexta-feira, 26 de outubro de 2012
Para a matança?
Entre as as barbaridades que vão saindo de S. Bento, há uma especialmente perturbante: a redução do subsídio de
desemprego mínimo para 377 euros para beneficiários com agregado familiar e 300
euros para benificiários isolados. A medida afecta 150 mil desempregados. Isto
sabendo que cerca de 300 mil desempregados inscritos nos centros de emprego não
recebem qualquer prestação social. Junte-se os que já nem se inscrevem e
percebemos a dimensão da catástrofe social: cerca de dois terços dos desempregados
reais não têm meios de subsistência.
A aproximação do subsídio de desemprego ao salário mínimo nacional tem um sentido: a de que é, para uma família em idade ativa, virtualmente impossível viver com menos do que isso. Para defendermos a redução do subsídio mínimo teríamos de aceitar que os desempregados são merecedores de menor dignidade do que os restantes cidadãos.
Sejamos claros: esta redução de 10% num subsídio já miserável é a fronteira entra a pobreza extrema e a indigência. Como disse Fernando Alves, na TSF, "não revela apenas insensibilidade social, mas desprezo pelos mais desamparados".
E esta é a pedra de toque deste governo: um desprezo absoluto pelos mais pobres. Na realidade, é um desprezo que, nos últimos anos, fez o seu caminho em grande parte da sociedade. Generalizou-se em relação aos beneficiários do Rendimento Social de Inserção - que já poucos políticos ou comentadores se atrevem a defender - e em relação aos desempregados, espalhando-se a ideia de que se tratam de preguiçosos. Este racismo social tem uma função política poderosa: isolar os mais pobres para, com mais facilidade, atacar o Estado Social. Começam-se nas prestações sociais mais impopulares para, a partir daí, ir às seguintes. Depois do RSI, o subsídio de desemprego. Depois do subsídio de desemprego, as reformas. No fim, claro, o grande objetivo: os salários. Tal como as reformas e o subsídio de desemprego, para o qual os trabalhadores descontaram na sua vida de trabalho, o salário já quase é visto como uma esmola e não como um direito.
Surge, em cada vez mais gente, a ideia de que quem recebe o subsídio de desemprego se deve dedicar a limpar matas e a trabalhar à borla para o Estado. A defesa deste princípio ignora que o dinheiro deste subsídio é dos trabalhadores. Foram eles que o deram ao Estado para, num momento difícil, não ficarem sem nada. Ou seja, vão trabalhar duas vezes para receber o mesmo. Esta ideia de o tal subsídio deve corresponder um serviço para o Estado cumpre três funções: passar a tratar o subsídio de desemprego como uma esmola, retirar a sua função reguladora (impedindo, com o aumento dos desempregados, uma queda acentuadíssima dos salários), criar condições para que eles sejam um indicador do que deve ser o salário praticado e passar a ideia de que quem recebe o subsídio só está desempregado porque quer.
Sim, é verdade que estamos a assistir a um ataque sem precedentes à classe média. Mas seria bom não nos fecharmos no nosso pequeno cantinho. O ataque aos mais pobres é ainda mais brutal. Porque, neste caso, estamos a falar da sua própria sobrevivência física. Basta fazer este esforço: imaginar o que é alimentar, vestir e garantir casa uma família com 377 euros, todos os meses. E, no meio, ainda ter recursos para conseguir procurar emprego. É condenar cada vez mais gente a um ciclo interminável de pobreza. E assim aumentar o exército de reserva que substitui, a qualquer preço e em quaisquer condições, os trabalhadores no ativo.
O governo recuou na medida. Mais uma vez, o truque do costume: avança-se com o inaceitável. Provando-se escandaloso, recua-se e propõe-se outra coisa, só um bocadinho menos pornográfica. Que, por comparação, pareça civilizada. Chama-se a isto brincar com as pessoas. Começa a ficar repetitivo.
A aproximação do subsídio de desemprego ao salário mínimo nacional tem um sentido: a de que é, para uma família em idade ativa, virtualmente impossível viver com menos do que isso. Para defendermos a redução do subsídio mínimo teríamos de aceitar que os desempregados são merecedores de menor dignidade do que os restantes cidadãos.
Sejamos claros: esta redução de 10% num subsídio já miserável é a fronteira entra a pobreza extrema e a indigência. Como disse Fernando Alves, na TSF, "não revela apenas insensibilidade social, mas desprezo pelos mais desamparados".
E esta é a pedra de toque deste governo: um desprezo absoluto pelos mais pobres. Na realidade, é um desprezo que, nos últimos anos, fez o seu caminho em grande parte da sociedade. Generalizou-se em relação aos beneficiários do Rendimento Social de Inserção - que já poucos políticos ou comentadores se atrevem a defender - e em relação aos desempregados, espalhando-se a ideia de que se tratam de preguiçosos. Este racismo social tem uma função política poderosa: isolar os mais pobres para, com mais facilidade, atacar o Estado Social. Começam-se nas prestações sociais mais impopulares para, a partir daí, ir às seguintes. Depois do RSI, o subsídio de desemprego. Depois do subsídio de desemprego, as reformas. No fim, claro, o grande objetivo: os salários. Tal como as reformas e o subsídio de desemprego, para o qual os trabalhadores descontaram na sua vida de trabalho, o salário já quase é visto como uma esmola e não como um direito.
Surge, em cada vez mais gente, a ideia de que quem recebe o subsídio de desemprego se deve dedicar a limpar matas e a trabalhar à borla para o Estado. A defesa deste princípio ignora que o dinheiro deste subsídio é dos trabalhadores. Foram eles que o deram ao Estado para, num momento difícil, não ficarem sem nada. Ou seja, vão trabalhar duas vezes para receber o mesmo. Esta ideia de o tal subsídio deve corresponder um serviço para o Estado cumpre três funções: passar a tratar o subsídio de desemprego como uma esmola, retirar a sua função reguladora (impedindo, com o aumento dos desempregados, uma queda acentuadíssima dos salários), criar condições para que eles sejam um indicador do que deve ser o salário praticado e passar a ideia de que quem recebe o subsídio só está desempregado porque quer.
Sim, é verdade que estamos a assistir a um ataque sem precedentes à classe média. Mas seria bom não nos fecharmos no nosso pequeno cantinho. O ataque aos mais pobres é ainda mais brutal. Porque, neste caso, estamos a falar da sua própria sobrevivência física. Basta fazer este esforço: imaginar o que é alimentar, vestir e garantir casa uma família com 377 euros, todos os meses. E, no meio, ainda ter recursos para conseguir procurar emprego. É condenar cada vez mais gente a um ciclo interminável de pobreza. E assim aumentar o exército de reserva que substitui, a qualquer preço e em quaisquer condições, os trabalhadores no ativo.
O governo recuou na medida. Mais uma vez, o truque do costume: avança-se com o inaceitável. Provando-se escandaloso, recua-se e propõe-se outra coisa, só um bocadinho menos pornográfica. Que, por comparação, pareça civilizada. Chama-se a isto brincar com as pessoas. Começa a ficar repetitivo.
Entre as barbaridades que vão saindo de
São Bento, há uma especialmente perturbante: a redução do subsídio de
desemprego mínimo para 377 euros para beneficiários com agregado familiar e 300
euros para benificiários isolados. A medida afecta 150 mil desempregados. Isto
sabendo que cerca de 300 mil desempregados inscritos nos centros de emprego não
recebem qualquer prestação social. Junte-se os que já nem se inscrevem e
percebemos a dimensão da catástrofe social: cerca de dois terços dos desempregados
reais não têm meios de subsistência.
A aproximação do subsídio de desemprego ao salário mínimo nacional tem um sentido: a de que é, para uma família em idade ativa, virtualmente impossível viver com menos do que isso. Para defendermos a redução do subsídio mínimo teríamos de aceitar que os desempregados são merecedores de menor dignidade do que os restantes cidadãos.
Sejamos claros: esta redução de 10% num subsídio já miserável é a fronteira entra a pobreza extrema e a indigência. Como disse Fernando Alves, na TSF, "não revela apenas insensibilidade social, mas desprezo pelos mais desamparados".
E esta é a pedra de toque deste governo: um desprezo absoluto pelos mais pobres. Na realidade, é um desprezo que, nos últimos anos, fez o seu caminho em grande parte da sociedade. Generalizou-se em relação aos beneficiários do Rendimento Social de Inserção - que já poucos políticos ou comentadores se atrevem a defender - e em relação aos desempregados, espalhando-se a ideia de que se tratam de preguiçosos. Este racismo social tem uma função política poderosa: isolar os mais pobres para, com mais facilidade, atacar o Estado Social. Começam-se nas prestações sociais mais impopulares para, a partir daí, ir às seguintes. Depois do RSI, o subsídio de desemprego. Depois do subsídio de desemprego, as reformas. No fim, claro, o grande objetivo: os salários. Tal como as reformas e o subsídio de desemprego, para o qual os trabalhadores descontaram na sua vida de trabalho, o salário já quase é visto como uma esmola e não como um direito.
Surge, em cada vez mais gente, a ideia de que quem recebe o subsídio de desemprego se deve dedicar a limpar matas e a trabalhar à borla para o Estado. A defesa deste princípio ignora que o dinheiro deste subsídio é dos trabalhadores. Foram eles que o deram ao Estado para, num momento difícil, não ficarem sem nada. Ou seja, vão trabalhar duas vezes para receber o mesmo. Esta ideia de o tal subsídio deve corresponder um serviço para o Estado cumpre três funções: passar a tratar o subsídio de desemprego como uma esmola, retirar a sua função reguladora (impedindo, com o aumento dos desempregados, uma queda acentuadíssima dos salários), criar condições para que eles sejam um indicador do que deve ser o salário praticado e passar a ideia de que quem recebe o subsídio só está desempregado porque quer.
Sim, é verdade que estamos a assistir a um ataque sem precedentes à classe média. Mas seria bom não nos fecharmos no nosso pequeno cantinho. O ataque aos mais pobres é ainda mais brutal. Porque, neste caso, estamos a falar da sua própria sobrevivência física. Basta fazer este esforço: imaginar o que é alimentar, vestir e garantir casa uma família com 377 euros, todos os meses. E, no meio, ainda ter recursos para conseguir procurar emprego. É condenar cada vez mais gente a um ciclo interminável de pobreza. E assim aumentar o exército de reserva que substitui, a qualquer preço e em quaisquer condições, os trabalhadores no ativo.
O governo recuou na medida. Mais uma vez, o truque do costume: avança-se com o inaceitável. Provando-se escandaloso, recua-se e propõe-se outra coisa, só um bocadinho menos pornográfica. Que, por comparação, pareça civilizada. Chama-se a isto brincar com as pessoas. Começa a ficar repetitiva.
A aproximação do subsídio de desemprego ao salário mínimo nacional tem um sentido: a de que é, para uma família em idade ativa, virtualmente impossível viver com menos do que isso. Para defendermos a redução do subsídio mínimo teríamos de aceitar que os desempregados são merecedores de menor dignidade do que os restantes cidadãos.
Sejamos claros: esta redução de 10% num subsídio já miserável é a fronteira entra a pobreza extrema e a indigência. Como disse Fernando Alves, na TSF, "não revela apenas insensibilidade social, mas desprezo pelos mais desamparados".
E esta é a pedra de toque deste governo: um desprezo absoluto pelos mais pobres. Na realidade, é um desprezo que, nos últimos anos, fez o seu caminho em grande parte da sociedade. Generalizou-se em relação aos beneficiários do Rendimento Social de Inserção - que já poucos políticos ou comentadores se atrevem a defender - e em relação aos desempregados, espalhando-se a ideia de que se tratam de preguiçosos. Este racismo social tem uma função política poderosa: isolar os mais pobres para, com mais facilidade, atacar o Estado Social. Começam-se nas prestações sociais mais impopulares para, a partir daí, ir às seguintes. Depois do RSI, o subsídio de desemprego. Depois do subsídio de desemprego, as reformas. No fim, claro, o grande objetivo: os salários. Tal como as reformas e o subsídio de desemprego, para o qual os trabalhadores descontaram na sua vida de trabalho, o salário já quase é visto como uma esmola e não como um direito.
Surge, em cada vez mais gente, a ideia de que quem recebe o subsídio de desemprego se deve dedicar a limpar matas e a trabalhar à borla para o Estado. A defesa deste princípio ignora que o dinheiro deste subsídio é dos trabalhadores. Foram eles que o deram ao Estado para, num momento difícil, não ficarem sem nada. Ou seja, vão trabalhar duas vezes para receber o mesmo. Esta ideia de o tal subsídio deve corresponder um serviço para o Estado cumpre três funções: passar a tratar o subsídio de desemprego como uma esmola, retirar a sua função reguladora (impedindo, com o aumento dos desempregados, uma queda acentuadíssima dos salários), criar condições para que eles sejam um indicador do que deve ser o salário praticado e passar a ideia de que quem recebe o subsídio só está desempregado porque quer.
Sim, é verdade que estamos a assistir a um ataque sem precedentes à classe média. Mas seria bom não nos fecharmos no nosso pequeno cantinho. O ataque aos mais pobres é ainda mais brutal. Porque, neste caso, estamos a falar da sua própria sobrevivência física. Basta fazer este esforço: imaginar o que é alimentar, vestir e garantir casa uma família com 377 euros, todos os meses. E, no meio, ainda ter recursos para conseguir procurar emprego. É condenar cada vez mais gente a um ciclo interminável de pobreza. E assim aumentar o exército de reserva que substitui, a qualquer preço e em quaisquer condições, os trabalhadores no ativo.
O governo recuou na medida. Mais uma vez, o truque do costume: avança-se com o inaceitável. Provando-se escandaloso, recua-se e propõe-se outra coisa, só um bocadinho menos pornográfica. Que, por comparação, pareça civilizada. Chama-se a isto brincar com as pessoas. Começa a ficar repetitiva.
terça-feira, 23 de outubro de 2012
esperou...
O policial
de trânsito, diz à motorista:
- "Vou lhe dar a oportunidade de procurar outra vez sua Carteira de Motorista!"
- "Olha policial, já procurei seis vezes no porta luvas e não encontro o documento. Acho que perdi".
- "Calma. Pode demorar o tempo que quiser, mas procure de novo no porta luvas. Pode ser que esteja nervosa e não tenha procurado direito!"
- "Vou lhe dar a oportunidade de procurar outra vez sua Carteira de Motorista!"
- "Olha policial, já procurei seis vezes no porta luvas e não encontro o documento. Acho que perdi".
- "Calma. Pode demorar o tempo que quiser, mas procure de novo no porta luvas. Pode ser que esteja nervosa e não tenha procurado direito!"
- "Ok! Vou procurar
novamente."
- "Tenha calma! Posso esperar."
- "Tenha calma! Posso esperar."
domingo, 21 de outubro de 2012
Confio unicamente na tua obra, em ti; quem mais chora – agora e sempre – é a cultura portuguesa e quem liga a isso.
“O único consolo que sinto ao pensar na inevitabilidade da
minha morte é o mesmo que se sente quando o barco está em perigo:
encontramo-nos todos na mesma situação.”
Léon Tolstoi
“Uma casa é as ruínas de uma casa,
uma coisa ameaçadora à espera de uma palavra;
desenha-a como quem embala um remorso,
com algum grau de abstracção e sem um plano rigoroso”,
---=---
“ (…) Só quero um sítio onde pousar a cabeça.
Anoitece em todas as cidades do mundo,
acenderam-se as luzes de corredores sonâmbulos
onde o meu coração, falando, vagueia.”
(Manuel António Pina)
----0----
"A gente vê-se um dia por Aí" e depois falamos!
CONTO AZUL
Certa vez, tinha eu quinze anos, inventei uma história que
principiava
assim:
"A primeira coisa que faz os defuntos, depois de
enterrados, é
abrirem novamente os olhos".
Mas fiquei tão horrorizado com essa espantosa revelação que
não me
animei a seguir avante e a história gorou no berço, isto é,
no túmulo.
(Mario Quintana; Sapato Furado, 1994)
sexta-feira, 19 de outubro de 2012
Para quem?
O economista João Duque diz que as contas de Portugal estão
a ser mal feitas e que não será possível cumprir as metas traçadas.
"Há uma falha dos modelos. Vejam o que foi o orçamento
de 2012", apelou, durante o evento IDC Directions que decorreu no Estoril.
"Tínhamos uma previsão de cobrança do IRS, IRC e do IVA. Com base na
última execução orçamental, vejam qual era a previsão e a realidade",
continuou, mostrando quadros comparativos. O IRS subiu, o IVA desceu.
"Os orçamentos só servem para apontar os desvios, e
isto são desvios colossais", frisou. João Duque considera que, perante as
"grandes alterações que estão a ser impostas à economia portuguesa, e que
os modelos não comportam", não se pode prever qual será o comportamento da
economia.
"Os portugueses perderam poder de compra e desataram a
poupar. Oops", gracejou, referindo que "em termos colectivos" o
comportamento é, por vezes, inesperado.
"O que se passa na economia portuguesa é isto. Eu
sinto-me uma cobaia porque não é possível ter a mais pálida ideia de qual vai
ser o comportamento perante um ataque fiscal como o que se vai fazer. No
entanto, as previsões estão lá. Não tenho confiança absolutamente nenhuma no
modelo", assinalou.
Apesar do cenário
negro, o economista acredita que Portugal "será um país repleto de
oportunidades daqui a dez, quinze anos", depois de um êxodo provocado pela
crise. "Portugal pode ser um país virado para a atracção da terceira idade
da Europa. Pode ser um país de logística", sugeriu.
João Duque pretende que o futuro seja pensado de forma
abrangente. "Pagar as contas é apenas tratar das urticárias, não é mudar
Portugal. E o nosso problema não é financeiro, apesar de ter essa aparência. As
contas estão a ser mal feitas", concluiu.
Mostrando quadros com os vencimentos de dívida dos próximos
anos, João Duque garantiu que não será possível pagar.
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