Vive-se hoje em Portugal a ameaça contra-revolucionária mais
grave desde o golpe militar de 28 de Maio de 1926.
Actuando a soldo do imperialismo internacional e defendendo
interesses que lhe são próprios, a grande burguesia portuguesa está a executar
um plano de esmagamento total dos direitos dos trabalhadores e de degradação
extrema das condições de vida e de trabalho do povo.
Pretende-se reduzir a remuneração do operário português até
ao nível da do operário chinês, colocar toda a população trabalhadora num
regime mínimo de subsistência, abreviar o tempo de existência dos idosos e
doentes e expulsar do país essa força de futuro que é a juventude trabalhadora
e estudantil.
A liquidação de Portugal como país soberano e independente
está a concretizar-se rapidamente em cada dia que passa e poderá tornar-se uma
realidade dificilmente reversível se não houver uma oposição de massas,
democrática e patriótica, que ponha rapidamente cobro a tais planos.
Para tentar vencer a resistência firme e generalizada do
povo português à política de traição nacional do governo PSD/CDS e da Tróica
germano-imperialista, foram já confiscados todos os direitos e preceitos
constitucionais e estão a ser preparadas toda a espécie de medidas de carácter
fascista para eliminar a democracia e instituir um regime de ditadura
terrorista sobre os trabalhadores e o povo.
A gravidade da situação presente exige o derrube imediato do
governo Coelho/Portas. Não pode haver a este respeito qualquer tipo de
hesitação por parte dos trabalhadores e das suas organizações e por parte de
todos os partidos e forças políticas que se reclamam da democracia e da
independência nacional.
A única força que pode derrubar o governo PSD/CDS e expulsar
a Tróica imperialista é a força organizada dos operários e trabalhadores
portugueses. O meio de luta mais importante e decisivo para alcançar este
objectivo é a greve geral nacional que paralise totalmente o país e una
firmemente os trabalhadores e os seus aliados.
Na situação presente, a greve geral não é o último mas sim o
primeiro meio de luta a que se deve recorrer para derrotar os planos da
contra-revolução e impor os direitos dos trabalhadores e dos cidadãos. Todas as
formas de luta específicas e sectoriais devem ser feitas confluir para este
objectivo.
É preciso fazer todas as greves gerais que forem necessárias
até o governo ser derrubado. Neste movimento é preciso estabelecer uma aliança
indestrutível entre os operários, os trabalhadores dos serviços, os pequenos e
médios empresários esmagados pela crise, os estudantes, os pensionistas e
idosos e todos os sectores democráticos e patrióticos.
A condição fundamental para conduzir o presente combate
político à vitória é a existência de um programa de governo que substitua o
actual, que retire o país da crise e que suscite o apoio da grande maioria do
povo português.
Sem comentários:
Enviar um comentário