“QUEM A TEM…
Não hei-de morrer sem saber
qual a cor da
liberdade.
Eu não posso senão ser
desta terra em que
nasci.
Embora ao mundo
pertença
e sempre a verdade
vença,
qual será ser livre
aqui,
não hei-de morrer sem
saber.
Trocaram tudo em maldade,
é quase um crime
viver.
Mas, embora escondam
tudo
e me queiram cego e
mudo,
não hei-de morrer sem
saber
qual a cor da
liberdade.
(9/12/1956- Jorge de Sena)
Quando se deu o 25 de Abril Jorge de Sena ficou
entusiasmado e queria regressar definitivamente a Portugal, ansioso de dar a
sua colaboração para a construção da democracia. Sena visitou Portugal,
contudo, nenhuma universidade ou instituição cultural portuguesa se dignou
convidar o escritor para qualquer cargo que fosse, facto que muito o desiludiu
e amargurou, decidindo continuar a viver nos Estados Unidos, onde tinha a sua
carreira estabelecida.
Jorge de Sena morreu em 4 de Junho de 1978, aos 58 anos, de
cancro. Em 11 de Setembro de 2009, os seus restos mortais foram trasladados de
Santa Barbara, Califórnia, para o cemitério do Prazeres em Lisboa, depois de
uma cerimónia de homenagem na Basílica da Estrela, com a presença de familiares,
amigos e entidades oficiais.”
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