- Mãezinha: o
tio Joaquim que acaba de sair. Toda a gente me pergunta, quem é o seu pai! Não há ninguém que saiba?
- Haver há,
quem diga não! É uma história de amor curiosa, diferente das outras e
garanto-te Zé, que depois do teu paizinho, vier para dentro do balcão, depois
do jantar, terá direito a esse segredo. Confio em ti!
Seis horas
mais tarde, conheça a escurecer e, de mansinho era noite escura.
- Senta
aqui, ao meu lado Zé, e ouve com atenção! Até nascer o teu amigo Joaquim, a
senhora Adelaide da Colina, desde sempre catequista, tinha um amante! Não rias,
porque hás-de saber, todas as mulheres normais são iguais, ou muito, muito
parecidas. Bom, como estava dizendo, todas as noites, a Adelaide enfiava um lindo
vestido de noiva e, isto é só para ti, dormia com o padre da freguesia! É
verdade, o padre sei que o conheces e não gostas dele, porém, só o Céu de Dante o tira desta paróquia.
- Mas,
Mãezinha, como a senhora Adelaide passava por monstruosos e sinistros montes
para lá chegar?
- É amaldiçoada,
agora! Antes de uma linda noiva, tipo aparição lá passar não! Fui eu e a tua
tia Micas que, servimos de parteira e cuidamos de uma inexperiente mãe, o seu
filho. O Joaquim, comia com tu, aquilo que ambas lhe levávamos. Ao fim de
alguns meses, apesar de avisada, levou o bebé ao amante! Já não fazia o papel
de noiva, sua vaidade estava naquela criança. Ela fui esconjurada pelo padre,
assim, como o bosque por onde passava. O padre tem uma nova amante, penso que não conhece o Joaquim,
nem o Joaquim a ele, felizmente!
Picasso
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