quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Portugal poder deixar de ser viável em pouco tempo!

Numa conferência recente, António Barreto alertou para o facto de Portugal poder deixar de ser viável num prazo variável (referiu grandezas entre 10 e 100 anos). Na verdade, Barreto glosou o que Adriano Moreira tem vindo a afirmar há anos: Portugal está a tornar-se, passo a passo, num Estado exíguo, num Estado que não reúne as condições suficientes para manter a existência de uma comunidade nacional com dignidade e autonomia. Partilho as preocupações de Barreto, embora me pareça que o horizonte temporal para se saber o que Portugal vai ser, não é coisa para se decidir em dez anos, mas, provavelmente, em menos de dez meses. E são dois, os futuros possíveis.


O melhor, e menos provável dos desfechos, seria um Portugal integrado numa sólida estrutura de Estados Unidos da Europa. Não só os Portugueses manteriam a sua comunidade e identidade, como cada um deles ganharia uma dupla cidadania europeia. Com uma partilha de soberania, mutuamente vigiada, entre o governo da União e o governo dos Estados, ganhando o primeiro fortes competências fiscais orçamentais e de governação económica. Com o aumento da competição política, líderes medíocres ou aberrantes seriam ocorrências mais raras. O restabelecimento do equilíbrio financeiro e económico seria longo e doloroso, mas seguro.

Infelizmente, o mais provável é que a União Europeia sucumba nos próximos meses. É preciso ter fé num Deus muito bom para crer que a maravilhosa dupla Sarkozy-Merkel, que não soube, até Julho, resolver o problema Grego, seja agora capaz de o solucionar quando a ele se juntam o contágio de Itália e Espanha, e a urgente necessidade de recapitulação da banca europeia. Neste cenário terrível, retomaremos plena soberania nacional. Só espero que o nosso PIB per capita seja, apesar de tudo, um pouco superior ao do tempo de Dom Afonso Henriques. (Portugal e o futuro - VIRIATO SOROMENHO-MARQUES no D. N.)

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