Algum tempo depois eu olhava para ela e ela olhava para mim.
Sim, “tête-a-tête”. Eu que fui lá, tinha alguma declaração, alguma resposta,
pergunta, pedido...Uns minutos de silêncio, custa mais é começar a falar
esqueci o que pensei antes. Mas:
- Olá Mariinha. Pareceu-me que ela não ouviu.
- Olá Mariinha!. Ah, penso que disse Olá Zé e sorriu. Fiquei
contente e ia recuperando a consciência... devagarinho!... Lembrei-me que ela
gosta de flores. Esqueci-me... sempre o mesmo! A sua boca de ternura e discernimento,
boa conselheira e sem mimos, os seus lábios sedentos que me matou a sede de
doçura tantas vezes estava ali, pertinho.
Notei que ela esperava mais notícias e comecei...
-Pois, é assim... desde a última vez que nos vimos
assentamos que era necessário afastar alguns hábitos, ou vícios... que se
encostam a mim... desculpa!!!...
A minha tolice, honestidade, consideração e velho hábitos, ataviaram padres
e arquitectos... já veio o crepúsculo, vem a noite..., venho cá outras vezes...
- Exacto, hoje a tarde foi só para nós... sabes eu precisa
de te ver!
Como não tinha as
usuais flores, tirei o lenço da mão, beijei-o e de mansinho com as duas mãos
pousei-o na sepultura.
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