quarta-feira, 17 de abril de 2013

Esta Memória!


Algum tempo depois eu olhava para ela e ela olhava para mim. Sim, “tête-a-tête”. Eu que fui lá, tinha alguma declaração, alguma resposta, pergunta, pedido...Uns minutos de silêncio, custa mais é começar a falar esqueci o que pensei antes. Mas:

- Olá Mariinha. Pareceu-me que ela não ouviu.

- Olá Mariinha!. Ah, penso que disse Olá Zé e sorriu. Fiquei contente e ia recuperando a consciência... devagarinho!... Lembrei-me que ela gosta de flores. Esqueci-me... sempre o mesmo! A sua boca de ternura e discernimento, boa conselheira e sem mimos, os seus lábios sedentos que me matou a sede de doçura tantas vezes estava ali, pertinho.

Notei que ela esperava mais notícias e comecei...

-Pois, é assim... desde a última vez que nos vimos assentamos que era necessário afastar alguns hábitos, ou vícios... que se encostam a mim... desculpa!!!...  

A minha tolice, honestidade,  consideração e velho hábitos, ataviaram padres e arquitectos... já veio o crepúsculo, vem a noite..., venho cá outras vezes...

- Exacto, hoje a tarde foi só para nós... sabes eu precisa de te ver!

 Como não tinha as usuais flores, tirei o lenço da mão, beijei-o e de mansinho com as duas mãos pousei-o na sepultura.

 

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