Quando o descobre e já sem medo, repara: era um lobo muito
bonito. Alguns pêlos brancos e cinzentos, limpinho, que parecia até penteado.
Via claramente, a marca da boca ou indício do focinho, o recinto dos olhos,
compridos, brilhantes e azuis, muito bem vincado a negro. Odete caminha na sua
direcção e fera pára totalmente; ambos – menina e lobo - têm os olhos a brilhar
ao olhar um para o outro. Mesmo sem luz, a menina contemplou que os olhos do
lobo começam a ser humedecidos de lágrimas, dá meia patada para atrás, ficando
em posição entre o sentado e o deitado. Odete assenta uma das suas mãos na
parte superior do focinho, entre as orelhas e… o lobo chora! Silêncio absoluto
entre os dois, ou três, já que a menina Célia ao longe tentava espreitar. Graúdas
lágrimas corriam pelo focinho, e a boca aberta para arquejar!
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