quinta-feira, 11 de abril de 2013

Os lobos choram...


Quando o descobre e já sem medo, repara: era um lobo muito bonito. Alguns pêlos brancos e cinzentos, limpinho, que parecia até penteado. Via claramente, a marca da boca ou indício do focinho, o recinto dos olhos, compridos, brilhantes e azuis, muito bem vincado a negro. Odete caminha na sua direcção e fera pára totalmente; ambos – menina e lobo - têm os olhos a brilhar ao olhar um para o outro. Mesmo sem luz, a menina contemplou que os olhos do lobo começam a ser humedecidos de lágrimas, dá meia patada para atrás, ficando em posição entre o sentado e o deitado. Odete assenta uma das suas mãos na parte superior do focinho, entre as orelhas e… o lobo chora! Silêncio absoluto entre os dois, ou três, já que a menina Célia ao longe tentava espreitar. Graúdas lágrimas corriam pelo focinho, e a boca aberta para arquejar!

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