Mudam-se os anos, mudam-se os meses do ano,
Muda-se a vida, muda a sorte,
Muda-se a vontade e o engano,
Muda-se esta vida para a morte!
Nas mudanças tempestuosas
Também se muda a tempestade em bonança.
Nascem crianças, florescem rosas,
Murcham rosas, vivem jovens na esperança,
De ver num ano, num mês, num dia, numa hora,
A hora de trocar o destino,
Que apesar de tanta demora...
Sim! Sou eu que não atino!
No meu mundo de ventura,
Os olhos de felicidade
Espreitam com receio
O andar da minha idade;
Enquanto o sol que todos os dias raiava,
E a noite que todos os dias o matava,
Pintando de escuro o claro,
Ia-me fazendo já prever que a estrada
Por onde eu guio esta vida,
Não é recta, nem plana,
Tem curvas e mais curvas,
Tem subidas e descidas,
Sem orientação e sem norte,
Tem altos e baixos... e,
Às vezes, tão baixos...
Que por um momento
Digo: maldita a minha sorte!
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